sexta-feira, 22 de junho de 2012

Natureza Selvagem



"Era o modo de lutar dos lobos: atacar e recuar. Mas havia mais do que isso. Trinta ou quarenta huskies correram para o local e rodearam os lutadores em um círculo silencioso e atento. Buck não compreendia o tamanho do silêncio nem o o jeito ávido com que estavam lambendo os beiços."

Lidar com as dores, os percalços e a hostilidade do mundo. Ás vezes somos o personagem inesquecível de Jack London, Buck de o Chamado Selvagem. Noutras podemos ser James Taylor abrindo suas feridas e pequeno motim contra Deus ou a natureza, porque afinal de contas a morte afeta nossa racionalidade mais fria e desmorona qualquer tentativa de não ser humano.

Fogo e chuva, Buck e James, luz e noite, amor e ódio...

É a eterna luta com nossa natureza... humana.

James Taylor - Fire and Rain

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Faxina



Eu deveria rascunhar uma poesia para Paul Weller, afinal ele é uma das figuras mais assíduas deste blog. Por ora escutarei mais uma versão da clássica “My ever changing moods”. Às vezes é ótimo jogar um monte de coisas fora.

Nada como expurgar pesadelos.

Paul Weller - My ever changing moods

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Inverno 2012



I've been walking in the rain just to get wet on purpose
I've been forcing myself not to forget just to feel worse

I've been getting away with it all my life(getting away)

Essa foi a maneira que escolhi para adentrar o inverno.
Uma frase saborosa de Mr. Neil Tenannt (Pet Shop Boys) no projeto Eletronic ao lado de Bernad Sumner do New Order e de Johnny Marr ex-Smiths.

Fico aqui também a lembrança de alguém que sempre me sorria com simpatia e elegância, de forma gratuita.

Puxa vida Tereza vou sentir muita falta do teu sorriso... 

Você se foi muito cedo!

Electronic - Getting away with it

terça-feira, 19 de junho de 2012

Supernova



Ouço as ondas do mar chegando
há um oceano de amor escondido
enquanto no infinito espaço
uma supernova nasce após a explosão...

vamos brindar o que ainda não existe
vamos sonhar com o passado resplendente

Saúde!

Oasis – Champagne Supernova

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Too Much Rain

 

Paul,

meus olhos estão queimando
meu coração está cheio de dor
a tristeza ainda está aqui
continua chovendo em minha vida

não sei esconder muito meus sentimentos
a culpa é mesmo minha...
eu sei disso
eu sei que preciso aprender a rir mais

por favor toque mais um pouco da melodia
eu quero que a chuva cesse
lá fora e aqui dentro
preciso ter um pouquinho
de sol em minha vida.

Too Much Rain - Paul McCartney

domingo, 17 de junho de 2012

Solitários



Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

Nenhuma tela touch screen
substitui o toque humano.

The Beatles – Eleanor Rigby

sábado, 16 de junho de 2012

Suspiro



Alvorada não brinque comigo
amanhã seria tarde 
para esconder-me hoje o sol
então eu suspiro
e faço-te um pedido:

cuide bem de mim... 

Queen – You Take My Breath Away

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Antes Que Chegue a Manhã



Acabada a sopa de nabos, um ferreiro cochilou por instantes junto ao fogo, depois foi deitar-se ao lado da esposa, soprou a vela e adormeceu.
Sonhou que subia em uma carruagem. Os cavalos galopavam, galopavam, e embora a noite fosse interminável, logo chegaram a uma cidade e pararam diante de uma edificação nobre e grandiosa. O ferreiro saltou, atravessou o grande umbral, subiu a escadaria de pedra. Seus pés conheciam cada degrau. Chegando ao alto, abriu a segunda de muitas portas de uma longa galeria e, apressado para não ser colhido pela manhã, despiu-se e meteu-se entre os lençóis na grande cama de dossel vermelho. O dossel ondulou de leve, sua cabeça despencou no sono.

Acordou com a primeira luz da manhã varando a janela e cortinado. Suas roupas estavam na cadeira. Vestiu-se rapidamente, abriu a porta, desceu a escadaria, e entrou na carruagem.
Os cavalos galoparam, galoparam e embora o dia parecesse não ter fim, logo era noite e chegaram a uma aldeia. Pararam diante de uma casa. O ferreiro saltou, empurrou a porta que sua mão conhecia tão bem, sentou-se à mesa e começou a comer. Acabada a sopa de nabos, cochilou por alguns minutos junto ao fogo, depois foi deitar-se com a esposa, apagou a vela como quem apaga o dia, e entregou a cabeça ao travesseiro.

Lá fora, a carruagem esperava.

*Um conto de autoria de Marina Colasanti


Guilherme Arantes – Pérolas de Neon 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Veronika Decide Viver




Às vezes eu sou Veronika arpejando o piano
como se aquele fosse o único momento de brilho da minha existência.

Vezenquando eu também sou Veronika, mas martelando, maltratando o mesmo piano com a raiva de uma multidão enfurecida, como se aquele fosse o retrato sombrio do que poderia ter feito e não fiz...

Nos dois casos eu toco uma melodia que se tornou minha,
logo eu que não componho muito além da pálida poesia
que é meu retrato de tolices, temporais intermináveis, um peso excessivo sobre uma vida apenas mediana, quase sem sorrir...

Mas é vida cara Veronika! (falando com os botões).

Eu sou toda Veronika, porque não consigo me separar da dor, da angústia, da tristeza e da alegria que pode ser uma breve vida neste mundo tão lindo, tão apavorante, falso ou legitimo, duradouro ou fugaz...

Eu sou Veronika internada neste zoológico em que os homens fingem sorrir para sobreviver, é quando uma mentira passa ser verdade e pronto.

Pagam caro por ter ou não exercer fé...

Há uma penumbra neste quarto em que habito... preciso gritar, preciso respirar, preciso doar... sim precisamos de tudo e de nada, de Deus e do infinito – um dos deuses mais lindos!

Para suportar o cotidiano repleto de zumbis no metro, nos trens, nas ruas, nos carros, no trabalho, onde você também existe e convive comigo e com outros animais expostos a radioatividade humana.

Eu sou Veronika acreditando que o meu tempo de vida está diminuindo a cada nova tempestade, a espera do diluvio final, o eterno mito da destruição em massa, da purificação do mundo.

Seja primavera, outono, verão ou inverno... sou eu e mais ninguém.

Mas sou Veronika tentando enxergar o brilho laranja do sol da madrugada fria raiando e aquecendo-me com seu fraco calor,

Sou a prova e a contraprova avassaladora da existência divina...

Veronika Decides To Die Piano Piece/Song

domingo, 10 de junho de 2012

Rio 43



A beleza do Rio é comovente. Por aqui não pode haver mal humor, nada justificará cara feia, porque é simples: Abra a janela e olhe o esplendor da natureza, isso basta!

Rio + 20, mas estou aqui por outro número = 43.

O meu evento então é Rio 43!!!

Danilo Caymmi – Samba do Avião