“O poeta é o traficante da liberdade”, dizia Júlio Barroso. Precursor do que viria a ser o rock Brasil nos anos 80, o jornalista e DJ (que não sabia discotecar) trouxe para a música brasileira moderna humor e originalidade.
Com a Gang 90 Júlio coloriu o cenário musical do rock brasileiro de arte e anarquia. Trouxe idéias de sua experiência em Nova York nos tempos da New Wave, que para ele era apenas uma revigorada de antigos riffs e estéticas do velho e bom rock’n’roll.
A Gang 90 lançou um álbum recheado de boas canções, “Nosso Louco Amor”, “Perdidos na Selva”, “Jack Kerouac” e, claro “Telefone”. Quando se preparava para iniciar as gravações do segundo LP da banda, Júlio Barroso caiu do 11° andar de um edifício em São Paulo, era 6 de junho de 1984. Morreu na flor da idade aos 30 anos. Pouco antes havia dito em uma entrevista para a TV: “Eu pretendo fazer isso durante muitos anos, ficar velhinho fazendo música eu acho isso muito bonito”.
Júlio partiu deixando um legado que possibilitou para a ‘Música Pra Pular Brasileira’ – conceito seu para todas as vertentes dançantes da música brasileira – erguesse novas nuances para as gerações futuras. Acho que ele conseguiu.
Trilha Sonora
Artista: Gang 90 e Absurdettes - (Júlio Barroso, Taciana Barros e May East)