Porque a
vida é sim muita dor,
Solidão
e algumas
pequenas
e esparsas alegrias...
E se você ouvisse
alguém dizer que não cometeu suicídio na fase mais sombria de sua vida, apenas
porque se estivesse morto não poderia mais beber.
O que você faria?
Bem, eu ficaria quieto,
pois cada um sabe o tamanho e a profundidade da sua dor, de suas incapacidades,
traumas, impotência frente a problemas e muros que a vida nos impõe diariamente,
enfim cada um de nós convive com sua própria tragédia pessoal e, infelizmente não
há muito como fugir disso.
A frase em questão foi
de Eric Clapton, no auge de sua depressão e alcoolismo. Sim parece difícil acreditar
que alguém tão talentoso e sensível artisticamente possa um dia ter dito isso.
Nem tanto, afinal o
artista quando sofre parece sofrer mais do que nós, levando a fundo a carga
pesada do sofrimento.
Após um hiato de alguns
anos sem gravar e nem realizar shows, o guitarrista ressurgiu durante os anos
70 para registrar talvez a melhor fase de sua música. Com o seminal Derek And
The Dominos gravou um disco pra lá de bonito, repleto de canções marcantes como
a lindíssima Bell Bottom Blues e a antológica e inesquecível Layla.
Anos mais tarde Eric passaria
por mais uma tragédia pessoal com a morte prematura de seu então único filho, Conor
de quatro anos.
Um pouco dessas
referencias e historias estão retratadas no documentário "Life In 12
Bars", sobre a vida pessoal desse gênio das guitarras, que faz questão de
não dissociar seu trabalho e talento de seus momentos dolorosos, prestando
deste modo um relevante serviço a quem imagine por ventura que a vida de um artista esteja imune a um cotidiano repleto de dissabores, dificuldades e até mesmo trágicas passagens nada
glamorosas.
Clapton é humanizado
como pouco vezes o cinema conseguiu, gerando sem dúvida uma empatia direta com o
público, fãs ou não de sua maravilhosa obra artística.
Derek And The Dominos - Bell Bottom Blues