No documetário
“No Distance Left To Run” do Blur – algumas histórias da banda e do chamado
Brit Pop dos anos 90 aparecem como pano de fundo para enredar a história dessa
banda inglesa, e daquele movimento espontâneo que terminou por capitular a Grã-Bretanha naquele período.
No vídeo acima uma das canções mais
bonitas do Blur é cantada em um concerto beneficente e, lá estão juntos além Damon (vocais)
e Graham (guitarras), Noel do Oasis – a banda que rivalizou com o Blur durante
os anos 90, (hoje todos são amigos), além de Paul Weller (da segunda geração
de astros britânicos do final dos anos 70) brincando na bateria.
Tender é um
gospel lançado no belo álbum “13” um dos melhores do Blur em 1999, o canto do
cisne da agitada década de 90.
Vale
conferir!
Vitrola: Noel Gallagher, Paul Weller
& Blur - Tender
A Sinfonia
n°2 de, Gustav Mahler, intitulada – Ressurreição - é uma jóia rara. Nela Mahler
Faz uso de grande orquestra, inclusive de músicos nos bastidores, fora do
palco, algo não usual.
Nesta
sinfonia, a escrita contrapontística de Mahler é um fato que nos prende,
hipnotiza. Muitas vezes, o compositor pensa de forma polifônica e é possível
seguir a linha de cada conjunto de instrumentos: cada linha é independente, tem
um sentido e é indispensável para o todo.
Aqui um
pequeno trecho da sinfonia regida pelo Maestro Leonard Bernstein.
Nunca ouvi
nada antes mais próximo do que seja uma ressurreição. Malher conseguiu intuir,
trouxe uma mensagem poderosa, magnífica sobre o poder da vida e o desespero da
ausência dela.
A condução
de Leonard Bernstein também é rica, digna da mais pura lágrima, talvez a melhor
tradução ao sublime espetáculo da ressurreição de Gustav Mahler.
Eis a banda
que influenciou nove entre dez bandas que produziram rock em terras inglesas no
início dos anos 80 do século 20.
Roxy Music
(1972)
(Revista
Bizz edição 15,Outubro de 1986)
"Muita
gente descordará de que o Roxy Music tenha definido os anos 70; ao contrário,
todos estarão de acordo com que a importância dos Beatles para os anos 60 tenha
sido básica e radical. Não devemos estranhar. Os 60 foram anos de esperança, os
70, de confusão. Os 60, anos de unidades; os 70, anos de dispersão."
Como Ramón
de España - que o enunciou em um interessante livrinho sobre a banda (Ediciones
Jucar, Madri, 82) -, acho que essa é a chave da compreensão da importância do
Roxy Music para o rock contemporâneo. O conceito Roxy, tal como foi formulado
por Bryan Ferry, ataca o nó cultural daquela década obscura em muitas das suas
variantes: consumo versus arte, melodia versus ruído, saída pessoal versus
solução coletiva.
Bryan andou
metido em uma escola de artes (foi aluno do pintor David Hamilton) antes de
decidir que o rock era um suporte mais adequado para as suas aspirações
estéticas. Descobriu isso por acaso - ele era crooner, por hobby, em uma banda
soul de Newcastle, Inglaterra, por volta de 67. E sabia tocar o
"bife", ou pouco mais, ao piano. Mudou para Londres. Comprou um piano
(!). Suas exposições de pintura não foram muito bem-sucedidas, mas em 70 ele já
tinha diversas composições, competentes o suficiente para não escandalizarem
Andy Mackay, um novo amigo, saxofonista com trânsito na música experimental.
Com Mackay e
um velho parceiro do grupo de soul, o baixista Graham Simpson, trabalharam o
repertório enquanto experimentavam colaboradores: Dexter Lloyd; depois Paul
Thompson na bateria, David OÕList (ex-Nice), depois Phil Manzanera para a
guitarra. Mas o achado foi um jovem vanguardista, apaixonado pela eletrônica,
que além do mais era a única pessoa conhecida capaz de tocar o sintetizador
("Meu Deus, o que é isso?!") que Mackay tinha comprado: Brian Eno.
Eis que, em
72, a EG Records e o letrista/produtor Peter Sinfield, recém-rompido com o King
Crimson, resolvem lançá-los. Nesse meio tempo, as primárias canções de Ferry
foram rearranjadas, reagindo magnificamente com suas letras cultas, entre o
surreal, o irônico e o romântico. Da parte interna da capa do primeiro LP (por
fora a modelo Kari-Ann se espalha numa colcha de cetim, sem um apelo sexual)
cinco figuras exóticas, topetes pontudos, óculos de homem-mosca, jaquetas de
oncinha, lançavam seu manifesto: re-faça, re-modele.
"Re-Make/Re-Model",
a primeira faixa, começa com ruídos de festa. É esse o sentido da exuberância
dos rapazes: celebração, e não bichice. O som evoca, freqüentemente, o rock dos
anos 50. Mas este é um disco de idéias, mais do que música. O primeiro
compacto, com a faixa "Virginia Plain", já tinha posto a banda em
evidência. Os trinados de Ferry tratavam de uma de suas obsessões, o glamour do
cinema hollywoodiano ("o real e confiável/é que Baby Jane está em Acapulco/e
todos estamos voando para o Rio"), de um jeito provocador (Baby Jane
Holzer foi estrela em alguns filmes underground de Andy Warhol). Sintetizador,
sax e guitarra festejavam.
No LP, esses
motivos estão expandidos. Além da profusão de efeitos eletrônicos futuristas, o
trabalho de Eno no sintetizador amplia a noção de textura, até então pouco
presente no rock. Os timbres de teclados, guitarras, sax (e oboé, o outro
instrumento de Mackay) se combinam em camadas, se distribuem em solos rápidos,
num certo sentido de música visual, gráfica.
Mas
sobretudo é Mr. Ferry derramando-se em charme, ao piano, nos vocais brincalhões
ou ressentidos, nas letras ricas em images, apaixonadas e apaixonantes - não
fosse o nome Roxy inspirado naquelas salas de cinema onde se assistiam aos
doces encontros e desencontros do amor. "Parece que foi ontem/que te vi
pela primeira vezÉ/Como podia esquecer um dia assim?"