quarta-feira, 29 de julho de 2015

Reis de Qualquer Negócio


Nesse mundo tecnológico do século 21 as pessoas sempre estão correndo atrás do ‘prejuízo’. O lançamento “revolucionário” de ontem, já caducou hoje! Acho incrível a relação da maioria das pessoas (pelo menos das quais eu conheço) com essa corrida fadada sempre ao infortúnio, ao já era, ao impossível ser hoje, apenas e tão somente hoje, sem a doentia ansiedade pelo amanhã.  

Outro dia alguém me disse que o Brasil precisa ser que nem os Estados Unidos mais consumista, pois lá todo mundo consome muito e a sociedade é mais democrática.

Ok, mas o problema é que a maioria da nação apoia o conservadorismo, o anacronismo de um sistema puído, gasto, carcomido, e que apenas preserva o status quo reinante desde Cabral por essas terras, não vejo ninguém engajado na distribuição de renda, por exemplo, apenas para citar um tema necessário e relevante fora do top trends das redes sociais, ou das pautas viciadas dos noticiários dos telejornais.

A mesma pessoa que deseja mais consumo, não partilha da ideia de uma distribuição mais justa das riquezas do país para uma camada maior de nossa população, ao contrário, suas atitudes sociais e politicas são sempre excludentes, logo o consumo continuará sendo para poucos afortunados, sabichões, a vanguarda caquética da nação.

Por outro lado a mídia capenga dissemina para as massas somente fenômenos, jamais em tempo algum aprofunda alguma discussão, afinal é assim que a Rede Globo continuará ditando o que deseja, e escondendo o que não deseja informar aos seus consumidores. 

O mesmo defensor do consumismo desenfreado, é aquele que culpa apenas o governo atual pela criminalidade nas grandes cidades do país e, não perde a oportunidade de dizer em alto em bom som:

-Isso não acontece nos Estados Unidos! Não acontece na Europa! Só acontece aqui no Brasil!

Que espanto não! 

Acontece sim meu caro, mas bem menos, pois lá ouve em algum momento da história lutas sociais, guerras civis, que possibilitaram uma igualdade maior aos povos daquelas terras, não foi nada conquistado em clima de paz, como apregoam muitos por aqui. O problema por lá é outro, não queira ser, por exemplo, um imigrante africano na França, ou mesmo um brasileiro na Espanha.

No final das contas a quem interessa a tal paz que a capa da revista "Isto é" dessa semana defende? Aos de sempre é evidente. Nesse sentido sou um árduo defensor da guerra, do debate, de se por em xeque modelos que já caducaram e que apenas aumentaram o fosso social deste país...

Ouvi Chico César cantando esse quase repente, colocando o dedo na ferida, apertando bastante até sangrar...

A vida no Brasil vai muito além das lentes coloridas das novelas, telejornais e afins.

Canta Chico, muita gente precisa ouvir, mesmo que seja apenas para chamá-lo de comunista de última hora.

Vitrola: Chico César – Reis do Agronegócio


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