Às vezes é difícil esquecer: "Sinto muito, ela não mora mais aqui" Mas então, por que eu finjo Que acredito no que invento? Nada disso aconteceu assim Não foi desse jeito Ninguém sofreu É só você que me provoca essa saudade vazia Tentando pintar essas flores com o nome De "amor-perfeito" E "não-te-esqueças-de-mim"...
A
canção possui a minha idade, as curvas da Rio-Santos continuam insinuantes e
desafiadoras e, o Roberto infelizmente nunca mais escreveu uma letra tão boa
quanto essa...
Vitrola:
kid Abelha – As Curvas da Estrada de Santos
“il
y a toujours quelque chose d’absent qui me tourmente” (Existe sempre alguma
coisa ausente que me atormenta).
Existe
um passado e um futuro equidistante,
em
ambos não avisto a terra prometida. Um dia talvez, isso tudo mude e seja obrigatoriamente
diferente. Até lá então veremos as cenas que o passado não pode apagar.
Ela
não se tortura mais. Apagou a vela nesta manhã, estava serena, apresentava
aquele ar dos heróis quando tombam na batalha. Nos últimos dias ouviu algumas
vezes ao longe a singular canção:
Eu
ando pelo mundo
E
os automóveis correm
Para
quê?
As
crianças correm
Para
onde?
Transito
entre dois lados
De
um lado
Eu
gosto de opostos
Exponho
o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
As
letras não são mortas, suspirou em voz alta antes de adentrar em um sono leve,
discreto, que aumentava aos poucos, até não regressar mais.
Foi
assim que Dorothy Gale partiu para outra jornada, não a do herói, mas ela seguiu...
Eu
ando pelo mundo
E
meus amigos, cadê?
Minha
alegria, meu cansaço
Meu
amor cadê você?
Eu acordei
Não
tem ninguém ao lado...
Desta
vez tia Em e tio Henry não mais a achariam.
Vitrola:
Adriana Calcanhotto e Paulinho Moska - Esquadros
Outono,
recolhimento, introspecção. Andando na grande avenida às seis da tarde olhando
as luzes vermelhas dos carros que insistem em entupir a cidade e a queimar combustível
em vão.
No
toca-arquivos musicais, é assim que chamam os ‘walkman’ do século 21, ouvi a
voz doce e inspiradora de Fernanda Takai enredando as dores que nos cercam e
por vezes delimitam nossa mobilidade neste mundo...
“Cansei
de tanto procurar
Cansei
de não achar
Cansei
de tanto encontrar
Cansei
de me perder”.
E
assim segui andando contra o cortante vento gelado do outono paulistano na fria
noite de quinta, e de repente lembrei deste post de três anos atrás.
Uma
tal listinha básica da qual muito gente já se esqueceu que poderia melhorar o
cotidiano de todos nós.
"Tudo
o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser,
eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um
curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia.
Estas
são as coisas que aprendi:
1.
Compartilhe tudo;
2.
Jogue dentro das regras;
3.
Não bata nos outros;
4.
Coloque as coisas de volta onde pegou;
5.
Arrume sua bagunça;
6.
Não pegue as coisas dos outros; (leram políticos?)
7.
Peça desculpas quando machucar alguém; mas peça mesmo !!!
8.
Lave as mãos antes de comer e agradeça a Deus antes de deitar;
9.
Dê descarga; (esse é importante)
10.
Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você;
11.
Respeite o limite dos outros;
12.
Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... desenhe...
pinte... cante... dance... brinque... trabalhe um pouco todos os dias;
13.
Tire uma soneca a tarde; (isso é muito bom)
14.
Quando sair, cuidado com os carros; (skates, bicicletas)
15.
Dê a mão e fique junto;
16.
Repare nas maravilhas da vida;
17.
O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no
copinho plástico, todos morrem... nós também.
Pegue
qualquer um desses itens, coloque-os em termos mais adultos e sofisticados e
aplique-os à sua vida familiar, ao seu trabalho, ao seu governo, ao seu mundo e
vai ver como ele é verdadeiro, claro e firme.
Pense
como o mundo seria melhor se todos nós, no mundo todo, tivéssemos biscoitos e
leite todos os dias por volta das três da tarde e pudéssemos nos deitar com um
cobertorzinho para uma soneca. Ou se todos os governos tivessem como regra
básica, devolver as coisas ao lugar em que elas se encontravam e arrumassem a
bagunça ao sair. Ao sair para o mundo é sempre melhor darmos as mãos e ficarmos
juntos.
É
necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós,
onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão”.
ROBERT
FULGHUM
Tão
simples não? Às vezes nos perdemos em um emaranhado de teorias filosóficas (que
são importantes claro) etc e tal... Mas de repente alguém nos lembra que já
havíamos aprendido tudo isso bem antes.
Essa postagem foi feita em 2011, e acho que vale a pena publica-la novamente.
Existem canções que são mesmo difíceis de serem esquecidas. Quando a música entrou em minha vida tudo era fascinante. É claro que muitas músicas que ouvi três décadas atrás já foram deletadas da minha memoria, melhor dizendo, algumas.
Sou de uma geração imediatamente posterior ao punk rock, ou seja, peguei o rescaldo da música feita com emoção, não importava se o cara sabia tocar muito bem uma guitarra ou não. O punk trouxe uma contribuição bacana ao cenário musical, porque de certa maneira havia um foço bem grande entre os virtuosos e os não virtuosos.
O rock progressivo era cria de uma geração muito talentosa que estudara em boas e reconhecidas escolas de música da Europa e dos Estados Unidos. Bandas como Yes, Genesis, Emerson Laker & Palmer, Supertramp e tantas outras fizeram escola durante os anos 70.
Quando o punk aparece em meados dos 70’ este panorama é alterado, sobretudo na questão do consumo da música. Para a indústria fonográfica o movimento punk – que não se restringiu apenas ao meio musical é bom frisar bem isso – veio muito a calhar com sua ideologia do “do it yourself”. Entenda-se, as vendas que não iam lá muito bem voltaram a crescer.
Bem, na minha adolescência em tese você era punk, ou metaleiro, mas felizmente havia pequenas frestas que permitiam a você gostar tanto de um lado como do outro, e mesmo assim continuar aberto para novas tendências.
Todo esse blá-blá-blá serve apenas para dizer que continuo admirando esta balada épica do Supertramp. “Fool’s Overture” é de fato uma viagem musical inesquecível, pode ser longa, pretenciosa, mas é antes de tudo linda!
Mesmo após tantos anos ainda me sinto reconfortado ao ouvir seus acordes, a voz de Roger, os climas que perpassam pela canção.
Enfim, esta é uma daquelas músicas que não precisa de nenhum tipo de tradução, basta ouvi-la, porque o resto acontece sozinho.
Vitrola: Roger Hodgson (Supertramp) - Fool's Overture
Em
um momento de lamento Nina apenas sorri enquanto a fumaça de seu cigarro espalha-se pela cozinha, numa típica tarde de segunda-feira.
A
sua vida espelha o tempo e a eternidade – naquele instante de fruição – quando
dela escorre uma lágrima quase seca esboçando um quadro de melancolia explicita
e amargor palpável. Nina fica muda contemplando os azulejos de sua cozinha, olha
para cima, olha para baixo e antevê que alguns estão prestes a cair.
Nina
deixa que o tempo consuma seu último cigarro até o fim, da mesma maneira com a
qual deixou o amor de seu homem esfriar na metodologia filhos, trabalho,
dinheiro.
Nesta
tarde a ela resta apenas cantar; “The Other Woman...”
As
imagens de Paris, a música de Chico. A arte é inútil, mas me faz tão feliz!
Porque a arte existe para que a nossa vida seja mais interessante do que a
arte.
Uma
das cenas inesquecíveis do memorável “Casablanca” - que um dia o Gustavo certamente verá na
telinha. Nisso me recordo da frase de Paulinho da Viola:
"Eu
não vivo no passado, o passado vive em mim."
E
assim vou de nostalgia em saudade vivendo o meu presente sem esquecer das
fontes imaginárias da alegria.
O
espaço de Star Trek e a minha infância. Sim, foram anos felizes. Naquela época os
seriados da TV eram uma grata descoberta, um mundo que parecia distante da
minha vida real nos anos 70. Hoje sobre outros prismas consigo recordar apenas do
convívio familiar, das primeiras rodas de amigos, daquele mundo sem compromissos
e aparentemente feito para mim.
O
tempo se encarregou de mostrar outras realidades e agora com o nascimento do
meu filho isso tudo volta à tona, isso é muito engraçado e belo.
Aqui
alguns links de aberturas de outras séries da TV daqueles tempos em que o
mundo, sem dúvida, era muito mais divertido!
Essa
soma de fragmentos, segundos, minutos, dias, meses, semestres, anos, décadas,
enfim a vida e seu tempo.
Com
o advento tecnológico digital ficou mais cruel tecer comparações temporais para
a aparência física, aquilo que antes fazíamos com fotos, ou imagens no cinema,
por exemplo.
E
de repente na noite de hoje me bateu uma saudade de Tony Hadley e seu Spandau
Ballet com seus terninhos ‘new romantic’ e seus teclados, sua melodia pop
descartável oitentista e tudo mais que temos direito...
Aqui você volta no
tempo e dá uma olhadela no clipe original do hit ‘Gold’ e faz as suas próprias
comparações temporais ou não.
Mas tem uma coisa que parece cada vez melhor, a voz de Tony, que
foi paparicado entre outros por Freddie Mercury que era seu amigo naqueles frenéticos
anos 80.