Paul
cantando esta linda canção enquanto me recordo de um artigo do jornalista Mino
Carta que foi publicado na Revista Carta Capital em janeiro deste ano.
Uma
pena não aprendermos com os nossos erros, ao contrário, no Brasil fica cada vez pior. Os novos ricos tupiniquim são simplesmente ridículos e perniciosos mentalmente.
Ele
faria 70 anos hoje e fatalmente faria sua guitarra chorar gentilmente
emocionando milhões de admiradores por este mundo afora. Se tivesse o direito
de fazer um pedido a Deus, pediria a ele para deixar George descer aqui mais
uma vez e tocar sua guitarra por alguns minutos... Toca George mais um
pouquinho que nós aqui estamos carentes de artistas autênticos.
Eu
queria ser um músico de jazz e sonhar acordado enquanto executo um tema... O
jazz pode parecer prolixo, mas não é! Então por isso tudo eu tocaria “Last
summer in Rio” durante boa parte da noite tendo como companhia amigos e uma
taça de vinho enquanto não chega a luz do dia pra avisar que a magia terminou.
Não
que isso seja ruim, mas também não poderá ajudar muito.
Tudo,
mas tudo mesmo agora parece ser certo, lindo e maravilhoso. Toda “grande” novidade
parece revolucionária, e .... e?
Continua
a escalada da depressão, da solidão, do aumento desenfreado de prescrição para antidepressivos
e remédios para dormir, para sonhar, para suportar o dia a dia massacrante, hipócrita
e insuportavelmente coxinha.
Já
conheci tantos Romeus e tantas Julietas. Alguns foram muito felizes durante
certo tempo, terminando suas histórias em péssimo astral, cada qual em seu
canto como num ringue de boxe.
Outros
tantos, no entanto nunca tiveram uma história feliz para contar, restando-lhes
apenas a sofreguidão de noites solitárias e conselhos intermináveis de tios,
tias, pais e mães e, até de amigos.
Mas
foi outro dia que atravessando aquela avenida que sai do nada e desemboca em
pleno centro de Shangri-la que avistei a Julieta mais bela que pude apreciar em
toda minha vida...
Num
esforço de traquejo e ousadia tentaria dizer a ela:
-Julieta,
não espere muito tempo por seu Romeu. Talvez ele, nunca chegue, talvez ele nem
exista, mas pense bem, você existe e isso é o que mais importa agora.
Então
ouça a canção e relaxe, Romeu pode ser um estado de espirito, ou pode ser a
razão inversa de sua ansiosa felicidade.
Poderiam
ser os irmãos Gallagher de Manchester... Que nada eles são os irmãos Frugiuele,
João e Antônio aqui de São Paulo jogando um pouco de veneno na onda trash
brazuca.
Uma
das minhas prediletas de Chico Buarque. Parceria com Roberto Menescal e
composta para o filme homônimo de Cacá Diegues de 1979, Bye, Bye, Brasil conta
a estória de um suposto diálogo em um telefone público a partir de indícios
(bastante explícitos) como observamos nos versos:
"Baby,
bye! Bye! / Abraços na mãe e no pai / Eu acho que vou desligar / As fichas já
vão terminar...”.
Podemos
ainda supor que exista uma estruturação típica de um diálogo em que só temos
acesso à fala de um dos interlocutores. E o que esse interlocutor diz são
coisas típicas de um viajante, relatos esparsos de suas aventuras ou do momento
específico em que ocorre a conversa.
"Pintou
uma chance legal / Um lance lá na capital / Nem tem que ter ginasial ou Tem um
japonês trás de mim / Eu vou dar um pulo em Manaus / Aqui tá quarenta e dois
graus...”.
E
assim brincando com as palavras, envolta por uma harmonia que nos remete a
estrada, Chico nos leva para a um passeio labiríntico.
Enquanto a grande mídia tupiniquim prefere gastar seu tutano com figuras insossas... eu cá prefiro dividir alguns minutos deste blog com esse artista ‘esquecido’ dos holofotes.
Eduardo Dussek é um figuraça, um showman de primeira, trabalhou sempre com inteligência, oscilando ora entre o bom humor critico e corrosivo tão necessário em um país desigual quanto o nosso, ora cometendo músicas belíssimas (apesar de simples) como “Cabelos Negros” que me faz recordar da minha adolescência.
Quem escreve versos como...
“Eu começo a descobrir
Que em meu coração
Tá nascendo um jardim
Pensando em plantar
Você dentro de mim
Pois preciso lhe ver
Várias vezes florescendo
Nas luas crescentes
Sentir seu perfume
Prá encontrar você”.
Entre o brega, boleros, tangos, roques e marchinhas de carnaval, Dussek nunca perdeu a mão e o humor escancarado.
Um artista assim não será nunca esquecido aqui neste cantinho do mundo virtual. Aqui é possível ouvir a gravação original para a canção. Vitrola: Eduardo Dussek – Cabelos Negros
Quando
entrar março muitas coisas acontecerão. Entre elas o lançamento do novo álbum do
Suede, 'Bloodsports', após dez longos anos longe dos estúdios.
“It
Starts and Ends with You” me faz companhia nessa noite de domingo, uma canção
pop daquelas que grudam no ouvido e, espero que traga bons fluídos para os dias
a seguir.