terça-feira, 16 de junho de 2009

Cenas Inesquecíveis 5

Filadélfia (Philadelphia, EUA 1993) drama dirigido por Jonathan Demme (de O Silêncio dos Inocentes) e com roteiro de Ron Nyswaner.

O filme conta a história de Andrew Beckett, um advogado homossexual que trabalha para uma prestigiosa firma na Filadélfia.

Quando fica impossível para ele esconder dos colegas de trabalho o fato de que tem AIDS, é demitido. Beckett contrata então Joe Miller (Denzel Washington), um advogado homofóbico, para levar seu caso até o tribunal.

Foi com este filme que Tom Hanks deixou de ser um ator de filmes de mero entretenimento.

Das comédias adocicadas e de apelo fácil, Hanks, aceitou encarnar o advogado Andrew Beckett, portador do vírus do HIV.

Filadélfia foi o primeiro longa em que Hollywood tocou na feriada social da AIDS.

A cena de Andrew cantando a ária “La Mamma Morta” de Maria Callas é a essência do drama, pois expõe um homem prestes a morrer lutando contra o preconceito e, pela própria vida.

Na sala de cinema o silêncio durante esta cena era ensurdecedor, perturbador.

Simplesmente inesquecível!

Um comentário:

Ulisses disse...

praia das fontes...

sala de cinema 1 do shopping iguatemi - aldeota - fortaleza (CE) - 10 de março/1994, quinta-feira, 19h:

da tela ecoa a voz de maria callas interpretando a canção "la mamma morta" - ópera "andrea chenier" de umberto giordano. andrew (tom hanks) traduz cada frase da letra...as palavras chegavam aos nossos ouvidos como tempestade e, ao mesmo tempo, como uma brisa suave...estávamos espremido na poltrona... começava ali a ambivalência...iniciava-se o “ANSEIO”...

callas (madeleine em “la mamma morta”) canta: “na revolução francesa a multidão incendiou minha casa e minha mãe morreu ao salvar-me...o lugar que me viu nascer está ardendo...estou sozinha...trago sofrimento aos que me amam...foi durante este sofrimento que encontrei o amor...uma voz cheia de harmonia dizia-me: segue vivendo...eu sou a vida! o paraíso habita teus olhos. tudo ao teu redor é só sangue e lodo? eu sou divino...eu sou divino...eu trago o esquecimento...sou o deus que desce dos céus à terra, para dela fazer um paraíso! eu sou o amor! eu sou o amor”.

essa passagem do cinema perseguiu o comentarista por toda a vida...ele sempre recorre a ela quando ministra uma palestra anual chamada "a morte e o morrer"...nenhum dos seus ouvintes imagina que ao mostrar essa cena, ele volta à praia das fontes em beberibe (litoral sul do ceará)...ele revisita sua descoberta e sua primeira “perda”...sua primeira vontade de morrer...sua primeira alegria de viver...

ouvindo callas novamente, através desse post, lembro do que paulo francis disse sobre a voz dela: "deve ser o que ulisses ouviu, amarrado ao mastro, quando as sereias cantaram".

o autor do blog aniversaria e nós ganhamos esse grande presente! não suportamos ficar em silêncio...

aqui está o nosso muito obrigado...