Olhou para a TV e franziu a testa, então deu as costas e saiu.
Ganhou às ruas, avistou um taxi e acenou para o chofer.
-Boa noite! Daqui pro Méier por obséquio e, de preferência na manha do gato.
Foi quando o "sobrenatural de Almeida" o visitou antes da meia-noite.
Seus olhos já cansados pelas turbulências da vida olharam de relance para alguém de áurea cintilante, olhar meigo e fixo, sedutor e determinado. Ele não resistiu à tentação:
-Alô... qual o nome da belezura?
Deu para ouvir o silêncio em toda a Guanabara – segundos de intenso suspense...
-Idalina. Ao seu dispor cavalheiro.
Naquele duplo Ás entre a sedução e a fantasia, a cartada final parecia ter hora certa para chegar.
Bebidas e copos sobre a mesa enquanto o sol já queria dizer bom dia.
Saíram da boate entrelaçados pelas mãos, embora soubessem que o jogo estava perto do seu fim.
Deu empate no tempo final de jogo! Mas tal qual um clássico que se preze – aquele não teria sido o encontro derradeiro, os ventos carregavam um perfume diferente pelo ar.
Novidade é seu nome quando acontece de repente.
Em sua roda de amigos as únicas palavras concretas foram: Enfim! Paulo conheceu o amor!
Parece ter encontrado aquilo que nunca teve na vida, um romance.
PS: Sobrenatural de Almeida foi uma expressão cunhada por Nelson Rodrigues em suas crônicas esportivas
Para onde corre a manada, certamente não caminha a razão.
Não faltam exemplos: Lula e sua popularidade sacana, a turba de selvagens querendo apedrejar uma Maria Madalena pós-moderna na Uniban, a educação capenga deste país, os filmes blockbusters e, por aí vai.
Pra relaxar um som ensolarado vindo da Califórnia. O duo intitula-se Girls. Nada de mais e, nem de menos, apenas legal.
Para uma terça-feira sujeita a raios e trovoadas já está bom demais.
Diga-me que é mentira: uma professora escreve na prova de um aluno engraçadinho (daqueles que sequer aprendem a colar) que ele é prolixo. O pai da ‘figura' lê a prova e vai até a faculdade tirar satisfação com a professora:
- Você mandou meu filho pro lixo sua ...? (adjetivos não permitidos para o horário).
Pior de tudo: é a mais pura verdade! Em que mundo então estamos vivendo?
Encarar a vida pela frente... Sempre... Encarar a vida pela frente, e vê-la como ela é... Por fim, entendê-la e amá-la pelo que ela é... E depois deixá-la seguir... Sempre os anos entre nós, sempre os anos... Sempre o amor... Sempre a razão... Sempre o tempo... Sempre... As horas.
(Virginia Woolf)
Um mergulho no fundo da imensidão e,
Mesmo assim eu posso ouvir
Alguém correndo pela praia
Ao som das gaivotas
Enquanto o vento sopra e a água abraça a areia.
Segunda, terça, quarta, quinta ou sexta-feira,
Mas por quê parece que tudo sempre termina no sábado à noite?
Manhã de um sábado no metrô: ela olha no espelho portátil enquanto delineia seus olhos orientais. Faz seu make-up tal qual faria em sua casa.
Sua silhueta fina, seu sorriso aberto, seus cabelos lisos e negros. Ele que procura por distração durante a viagem, fixa seu olhar nos dela através do espelho. Logo se lembra de Tókio e, do mundo pop japonês, até que uma voz irrompe do nada:
_ Próxima estação... Liberdade.
E com ela parte uma fração de segundo oriunda do outro lado do mundo, carregando toda graça e a leveza daquele vagão.
Quando tinha meus quatorze anos ficava na varanda da minha casa olhando a paisagem de concreto de São Paulo. Adorava fitar os olhos na transposição efêmera do final da tarde para o começo da noite ao som desta balada sensível: No More Lonely Nights. Bastava ouvir:
I can wait another day
until i call you
E a viagem a bordo dos meus sonhos adolescentes decolava, são momentos que só a arte pode proporcionar! A canção teve a participação de David Gilmor do Pink Floyd na guitarra solo, nunca mais minhas noites foram iguais!
Paul McCartney fez isso com várias gerações, por isso mesmo é um gênio da arquitetura musical pop.
Trilha Sonora Artista: Paul McCartney Música: No More Lonely Nights
Para tudo! Junte bastante audácia, certo grau de extravagância, adicione uma boa pitada de autoconfiança e claro, talento. O resultado será: Torino.
Paulista, 20 anos, morador do bairro de Higienópolis, Torino é uma boa aposta para o sucesso, estrelato ou, para todas as alternativas juntas.
Não sei se ele alcançara o topo das paradas pop – isso seria exercício de futurologia – mas ninguém pode acusar o rapaz de não ter personalidade.
Sua trajetória é bem sugeneris: decidiu ir a Londres para gravar o seu primeiro disco. Foi barrado na imigração e, então voou para Paris. De lá trouxe influências importantes para o seu trabalho, sobretudo no visual que compõe sua persona artítica.
O vídeo acima é de uma recente apresentação em São Paulo, quando alugou um Teatro e realizou o show apenas para convidados, quem sabe uma prévia do que virá por aí.
Quando eu vejo e ouço o Hamilton de Holanda tocando, eu simplesmente voo pra bem longe. Bandolim afiado, instrumento sob domínio total das mãos e mente deste extraordinário músico brazuca.
Nestas horas vale a pena ser chamado de brasileiro, dá orgulho. Quero esbarrar com outros “Hamiltons”