sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Incertezas



Essa é a era das incertezas…

Não que isso seja ruim, mas também não poderá ajudar muito.
Tudo, mas tudo mesmo agora parece ser certo, lindo e maravilhoso. Toda “grande” novidade parece revolucionária, e .... e?

Continua a escalada da depressão, da solidão, do aumento desenfreado de prescrição para antidepressivos e remédios para dormir, para sonhar, para suportar o dia a dia massacrante, hipócrita e insuportavelmente coxinha.  

Repito, essa é a era das incertezas.

Vitrola: Paul Weller - You Do Something To Me

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Sem Bis




Foi ontem à noite, na esquina do nada com o tudo.
Fiquei perdido, depois caminhei sem espernear até enfim compreender.

Se não for blues, jazz ou samba, uma nota qualquer há de ascender um clarão no pequeno recinto. Neste caso então é melhor não pedir bis.

Vitrola: The Libertines - Music When The Lights Go Out

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Silêncio



“Eu tenho fé na força do silêncio!”.

Preso no meio da tempestade
Apenas lancei mão de ouvir o silêncio!

No meio da barbárie, da mesmice e da síndrome de reality shows que massacra a multidão, só nos resta o retumbante silêncio!

Vitrola: Pouca Vogal - A Força do Silêncio

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Parâmetro



Deus é mais belo que eu.
E não é jovem.
Isto sim, é consolo.

Adélia Prado em Parâmetro

Vitrola: Crowded House - Don't Dream It's Over

domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Vida Tem Dessas Coisas



“Mas a noite aumenta a distância
Me perdi no seu caminho
Me encontrei falando sozinho
Sigo sempre sem destino
Pra te encontrar.

Pra conversar...
Te convencer...
Te confessar...
Quero só você”.

Na noite longa e chuvosa
os versos ganharam vida própria
então voaram pela avenida encharcada
pois a vida tem dessas coisas
sem as quais tudo irremediavelmente
parece não ter sentido algum.

Vitrola: Ritchie - A Vida Tem Dessas Coisas

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Julieta Sem Romeu



Já conheci tantos Romeus e tantas Julietas. Alguns foram muito felizes durante certo tempo, terminando suas histórias em péssimo astral, cada qual em seu canto como num ringue de boxe.

Outros tantos, no entanto nunca tiveram uma história feliz para contar, restando-lhes apenas a sofreguidão de noites solitárias e conselhos intermináveis de tios, tias, pais e mães e, até de amigos.

Mas foi outro dia que atravessando aquela avenida que sai do nada e desemboca em pleno centro de Shangri-la que avistei a Julieta mais bela que pude apreciar em toda minha vida...

Num esforço de traquejo e ousadia tentaria dizer a ela:

-Julieta, não espere muito tempo por seu Romeu. Talvez ele, nunca chegue, talvez ele nem exista, mas pense bem, você existe e isso é o que mais importa agora.

Então ouça a canção e relaxe, Romeu pode ser um estado de espirito, ou pode ser a razão inversa de sua ansiosa felicidade.

Vitrola: Dire Straits – Romeo and Juliet

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Song For You



O amor pode ser um acidente, que deixa além dos destroços suas marcas mais profundas, cicatrizes eternas:

I love you in a place where there's no space or time
I've loved you for my life, yes, you're a friend of mine
And when my life is over, remember when we were together

E Ray arpeja seu Kurzweil com a dor dos elegidos do amor.

Vitrola: Ray Charles – A Song for You

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Django free



Movin’ me down the highway, rollin’ me down the highway/Movin’ ahead so life won’t pass me by.

Eu me sinto assim
dias a fio, noites insones
uma espécie de Django paulistano
vivendo em pleno velho oeste
lutando contra quase tudo e todos
buscando apenas dizer a mim mesmo:

Eu tenho um nome! Me respeitem, pois eu tenho um nome!

Me movendo pelas calçadas, rolando pela metrópole
seguindo em frente pra vida não me ultrapassar...

E como dizia Raul: Quem não tem presente se conforma com o futuro.



Vitrola: Jim Croce - I Got a Name

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sing



Se possível fosse reencontrar o colorido que perdi…
então eu simplesmente cantaria...

La la la la la
La la la la la la...

Vitrola: Pink Martini – Sing a Song

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Efêmeros Robôs




Olho pelas ruas
pessoas caminhando solitárias
cada qual com seu fone de ouvido
não querem mais ouvir a voz do outro
não conseguem mais conjugar Chico
‘olhos nos olhos
quero ver o que você faz...’

Parecem cansadas do barulho da metrópole
anestesiadas pelo toque na tela de seus smartphones
não precisam mais olhar nos olhos
preferem digitar seus sentimentos
deletar seus desafetos
escondem o brilho
ofuscam as relações
não conseguem mais
memorizar suas canções favoritas
seus momentos especiais
filmam tudo
gravam tudo
desperdiçam o sagrado
profanam o amor a vida
são quase os replicantes de Blade Runner
suas íris não contam mais sua história
o passado está armazenado
em Hd’s
não há mais
memória afetiva.

E eu sigo caminhando
esbarrando em robôs
efêmeros robôs...

Vitrola: The Style Council – Boy who cried wolf