O cara passou pelo Brasil aos quarenta e cinco do segundo
tempo, já que a única passagem do Genesis pelo Brasil foi exatamente no ano em que
o Corinthians saiu da fila, 1977 e, isso já faz bastante tempo.
Aos 67 anos o cantor, compositor, instrumentista e hitmaker
Phil Collins, aceitou o desafio de provar (provavelmente a si próprio) que
apesar de tantos problemas com sua saúde ainda pode sentir-se produtivo
de algum modo e dentro de suas limitações, o que pode parecer fácil para alguém
que um dia já foi podre de rico, mas cada um sabe aonde aperta o seu calo e o quanto pesa a sua história pessoal.
Nunca me esqueço de quando comprei o álbum do Genesis, “Invisible Touch” no já distante ano de 1986. Décimo terceiro disco de estúdio da
banda, ousou ser um registro pop com qualidades raras para astros do rock, que quando arriscam neste terreno, nem sempre acertam o alvo.
O álbum hoje parece agradar aos antigos fãs da banda, mas
não tenho essa certeza em relação a 1986, acredito e me lembro que muitos fãs
da banda torceram bastante o nariz para o álbum.
Olhando agora com o benefício do tempo, é mais fácil em compreender
que canções acessíveis como "Land of Confusion", “Invisible Touch” eram
destinadas na busca de novos fãs - enquanto faixas mais longas como
"Tonight, Tonight, Tonight" e "Domino" foram talhadas na direção dos admiradores da época progressiva do Genesis durante a década de 1970.
E o que dizer das baladas deste disco?
"In Too Deep” e “Throwing It All Away” são belos
exemplares do cuidado do Genesis e de Phil para com suas melodias mais sensíveis e açucaradas.
O disco termina com a intrigante instrumental “The
Brazilian”, alguma espécie de homenagem a alguém do Brasil? Não sei dizer, talvez, mas é
uma faixa pouco citada pela critica e fãs e que demonstra a sonoridade ímpar de
“Invisible Touch” dentro da discografia do Genesis.
Por essas e outras, a passagem de Phil Collins pelo país
merecia mesmo uma recepção emotiva de seus admiradores.
E já se vão 32 anos!
Genesis – Throwing It All Away