Os
anos vão sumindo no horizonte, e de repente vejo alguém diferente
ao espelho, será?
Não,
não, aquele ali ainda sou eu, o mesmo menino medroso, puro, repleto
de sonhos mirabolantes… Mas será que posso me ouvir ainda?
E
que bom que chamam eles, os sonhos de infantis…
A
pessoa que continuo buscando, talvez seja eu mesmo, mas nunca somos
os mesmos neste rio chamado vida, nesse emaranhado de buscas, perdas,
achados e perdidos.
Alguém,
por gentileza me diga que um dia essa sensação de peixinho fora
d'água desaparece!
Suas poesias e letras estarão por aqui, guardadas em nossas almas...
VIRGEM
As coisas não precisam de você
Quem disse que eu
Tinha que precisar
As luzes brilham no Vidigal
E não precisam de você
Os Dois Irmãos
Também não precisam
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Esses nem sabem de você
O farol da Ilha
Só gira agora
Por
Outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse
Outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas
O Hotel Marina quando acende
Não é por nós dois
Nem lembra o nosso amor
Os inocentes do Leblon
Não sabem de você
Nem vão querer saber
E o farol da Ilha
Procura agora
Por outros olhos e armadilhas
Outros olhos e armadilhas
Eu disse outros olhos e armadilhas
Outros olhos (outros olhos)
E armadilhas
As coisas não precisam de você
Da série músicas feitas para
você. "I Just Wasn't Made For These Times", dos Beach Boys do gênio
criativo chamado Brian Wilson parece ter sido escrita para este humilde escriba...
Como é linda e ao mesmo tempo dolorida e, sempre que a ouço começo a chorar...
Eu continuo procurando um
lugar para me encaixar
Onde eu possa falar o que
penso
Tenho tentado muito
encontrar as pessoas
Que não vou deixar para trás
Eles dizem que eu sou inteligente
Mas eles não estão me
fazendo bem
Eu gostaria que eles
pudessem me deixar
Cada vez que as coisas
começam a acontecer de novo
Acho que tenho algo bom para
mim
Mas o que dá errado?
Às vezes me sinto tão triste
Às vezes me sinto tão triste
(Não consigo encontrar nada
em que possa colocar meu coração e minha alma)
Às vezes me sinto muito
triste
(Não consigo encontrar nada
em que possa colocar meu coração e minha alma)
Acho que não fui feito para
esses tempos
Cada vez que tenho a
inspiração
Para ir mudar as coisas ao
redor
Ninguém quer me ajudar a
procurar lugares
Onde coisas novas podem ser
encontradas
Aonde posso ir quando meus
amigos do tempo bom saírem
“Se eu fosse um garoto, não importaria tanto, mas sou uma
garota e estou diante do público o tempo todo para que possam zombar e me
aprovar ou desaprovar”. Nina Simone
Assisti dia desses o longa sobre Nina Simone, não sei se
gostei ou não, enfim isso não importa muito. O talento dessa mulher é o que
sempre me fascinou...
As intrigas sobre o filme, inclusive é o de menos, de
brigas e discussões o Brasil está repleto e eu de saco cheio pelos próximos vinte
longos anos, Bolsonaro e seus seguidores, todos podres e insanos quase levaram
a sensibilidade da minha alma pro espaço...
Nina Simone cantando “Wild Is The Wind” vale muito mais do que
qualquer teoria política, aqui é alma, pele, sentimentos, honestidade, dores,
angustias e muita luta por sua raça, seu povo, sua verdade.
Sobre a arrebatadora interpretação alguém cunhou muito
apropriadamente sobre…
“Tão pessoal e íntima, ela se apega a cada palavra e sua
imperfeição proposital e vibrato trêmulo dão a essa música um desespero como
nenhum outro. Seu piano floresce embaixo da melodia, fornece a aura de
turbilhões emocionais que entram e saem, indo e voltando, crescendo e
diminuindo. Uma verdadeira obra de arte de talento virtuoso que só aparece uma
vez em uma geração. Senhora Simone, que sua voz e essa música continuem
eternamente”.
Liberdade para Nina Simone era não ter medo algum!
Silêncios dizem muito
mais que palavras, geralmente, quase sempre,
Não sei se dessa vez eu
consigo afirmar isso com tanta certeza.
Giorgio meu querido,
tua composição é alegrinha e tal, e neste domingo de dezembro, quase verão - a
estação dos insanos – me pego escutando-a em certa paz interior, algo bem raro
diga-se.
E a vida segue, e de
cozinha em cozinha eu aprendo que não existe frio, apenas a ausência do
calor...
Queria tocar o trompete
da canção o dia inteiro e no final da noite desmaiar naquela cama bem ali,
extenuado, porém feliz...
E mesmo com tanta zuada
pelos cantos deste mundo, cada vez pior, eu percebo sim, sinto e aprecio um
certo silêncio, quase mudo, baixinho, silêncios quase instransponíveis...
É segunda-feira à noite
e a chuva é quem dá às cartas por aquelas bandas do antigo centro, da milenar
cidade.
Silêncios entremeados
pelo barulho do contato de pneus sobre a água indicavam que alguns carros
insistiam em friccionar o asfalto encharcado, transformando aquela cena quase dramática
em algo melancolicamente belo.
A pequena luz azulada
de seu rádio ilumina a sala escura do apartamento tocando “Eu Amo Você” faixa do LP de estreia do cantor soul Tim Maia.
Ali entre um gole de chá quente
e uma olhada na TV com som ligado no mute, uma mente viajava para bem longe,
mas talvez para logo ali ao lado, são faces da mesma moeda quando se perde contato
com alguém que foi quase importante em sua vida, ou terá sido o seu maior quase
engano simplesmente por que você não acredita em romances com finais felizes?
O chá acaba na xicara
ainda quente, a cama esta fria e, a vida sem sabor insiste em te dizer: apesar
de tudo, siga em frente.
No rádio a música seguinte é entoada por Karen Carpenter,
Talking to myself and feeling old
Sometimes I'd like to quit
Nothing ever seems to fit
Hangin' around, nothing to do but frown
Rainy days and Mondays always get me down
A chuva aperta e avisa que já está na hora de deitar, dormir e quem sabe até continuar sonhando.
Tim Maia – Eu Amo Você
(Arte:Ogeid - Cowboy Bebop)