Uma senhora solicita um Uber
no final da tarde, deseja apenas chegar em casa após mais um dia de trabalho,
quase escravo, pois o trabalho justo no país é bem próximo da escravidão.
Entre subidas e descidas o
motorista do aplicativo procura realizar o melhor caminho, com o maior cuidado
possível até o final do trajeto. Quando
o carro adentra na comunidade de destino o motorista ouve da senhora a seguinte
frase:
- Eu chego de Uber em casa e
todo mundo fica observando, como se isso fosse a coisa mais estranha do mundo!
No Brasil desde sua
fundação, as pessoas simples sempre foram tratadas como pessoas de quinta
categoria. Com o passar dos tempos essa desvalorização humanitária apenas
cresceu.
Não me espanta a reação das pessoas
ao verem aquela senhora chegando em casa de carro de aplicativo, pois essas
pessoas sempre foram desvalorizadas, esculachadas, sobretudo pelos políticos e pela classe média e rica do país.
O que me espanta é o ódio
que boa parte da classe média brasileira possui em relação as classes menos favorecidas, (aquela que a classe média adora espezinhar) e
mais ainda o desejo dos medianos de enriquecerem a qualquer custo no país. No Brasil os mais ricos são lambidos, adorados, idolatrados e jamais são avacalhados, com se eles nada tivessem com a crise,
com a corrupção, com a péssima distribuição de renda do país, com o cinismo do tal mercado financeiro.
É curioso, e mais que isso é
perverso alguém acreditar que um país possa ser bem sucedido sem investimento real em educação, e
pensar que ser rico é a melhor coisa que um cidadão pode conquistar na vida, custe
o que custar, diga-se.
O Brasil é mesmo uma
perfeição! Pródigo em suas mazelas.
Legião Urbana – Perfeição