Foi
como abrir uma porta. De repente me vi ali – sozinho, quieto, mudo,
quase
petrificado em refugio secreto, o meu quarto.
Pelo
corredor escuro cruzei com objetos inanimados – eu podia jurar que ouvi vozes
vindas do quarto onde ficava a escrivaninha fosca e caramelo – a mesma da minha
infância. Sobre sua mesa uma maquina de escrever Remington e, dava para ver o
meu pai datilografando seus manuscritos, fiquei curioso, me avexei – corri para
o quintal e dei de frente com a minha avó materna: Esfregava as mãos, sorria na
minha direção serena, calma e radiante tendo ao fundo como cenário o Pico do Jaraguá
e suas curvas desafiadoras.
Foi
como descortinar um elo perdido, então logo avistei meus amigos Denis, Júnior,
Marcos, Paulo, André, Beto, todos jogando futebol comigo no quintal, o nosso
Morumbi diário, sem preocupação com o tempo que agora não para de correr,
correr... correr.
E
na memória perdida
Encontrei-me
Quase
feliz quase infeliz
Numa
era de ouro.
Vitrola:
Beck – The Golden Age
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