segunda-feira, 8 de outubro de 2012

The Golden Age



Foi como abrir uma porta. De repente me vi ali – sozinho, quieto, mudo,
quase petrificado em refugio secreto, o meu quarto.

Pelo corredor escuro cruzei com objetos inanimados – eu podia jurar que ouvi vozes vindas do quarto onde ficava a escrivaninha fosca e caramelo – a mesma da minha infância. Sobre sua mesa uma maquina de escrever Remington e, dava para ver o meu pai datilografando seus manuscritos, fiquei curioso, me avexei – corri para o quintal e dei de frente com a minha avó materna: Esfregava as mãos, sorria na minha direção serena, calma e radiante tendo ao fundo como cenário o Pico do Jaraguá e suas curvas desafiadoras.

Foi como descortinar um elo perdido, então logo avistei meus amigos Denis, Júnior, Marcos, Paulo, André, Beto, todos jogando futebol comigo no quintal, o nosso Morumbi diário, sem preocupação com o tempo que agora não para de correr, correr... correr.

E na memória perdida
Encontrei-me
Quase feliz quase infeliz
Numa era de ouro.

Vitrola: Beck – The Golden Age

Nenhum comentário: