O
pintor expõe a fome, a seca, a mazela vitalícia dos retirantes nordestinos deste país. Da infância
lírica de sua cidade natal, Brodowski no interior de São Paulo, a uma percepção
trágica da vida de gerações sucessivas no nordeste brasileiro. O quadro causou ‘indignação’
a certos governantes (bem típico aos canalhas sem alma) que tentaram censurá-lo,
em vão diga-se.
A
criança, uma caveira de braços abertos (crucificada), a tinta esbranquiçada destacando seu estado, as lágrimas
de pedras de algumas pessoas ao redor, os olhares atônitos e, sobretudo, a dor
desmedida da mãe da criança morta, fazem desta obra um recorte social da vida
embrutecida de muitos brasileiros.
CANDIDO
PORTINARI, Criança Morta (Criatura muerta), 1944
Óleo
s/ tela, 176 x 190 cm.
Col.
Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand São Paulo, Brasil
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