Oh oh oh
I can taste the ocean on your skin
That is where it all began
We all go back to where we belong
We all go back to where we belong
This really what you want
This really what you wan
Fechei
a porta da rua e com ela amanheceu um silêncio extasiante e o frio de julho
ficou do lado de fora. À minha frente um senhor, vizinho do segundo andar
segurava a porta do elevador social. Agradeci pela gentileza, comentei com ele
sobre o frio e ele me respondeu com certo ar penoso:
-86
anos! Não é fácil, doí tudo aqui em meu corpo com este clima.
Desejou-me
uma boa noite e partiu para seu abrigo a fim de esquentar um pouco seus ossos,
sua alma.
Entrei
em casa com um sentimento a me afligir:
86
anos! Será que chegarei lá? Engraçado, naquele elevador havia alguém que há 43
anos possuía a minha idade. Como o vejo agora alguém provavelmente verá a mim
daqui a um pouco mais de quatro décadas (se lá chegar é claro). Estes mistérios
do tempo sempre me fazem pensar na beleza intacta da vida, sim, mesmo aos 86
anos aquele senhor parece-me alguém tão próximo aos meus delírios em preto e
branco, em tiras de quadrinhos de antigos jornais.
Na vitrola: R.E.M. – We All Go Back To Where We Belong
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