Ela
não se tortura mais. Apagou a vela nesta manhã, estava serena, apresentava
aquele ar dos heróis quando tombam na batalha. Nos últimos dias ouviu algumas
vezes ao longe a singular canção:
Eu
ando pelo mundo
E
os automóveis correm
Para
quê?
As
crianças correm
Para
onde?
Transito
entre dois lados
De
um lado
Eu
gosto de opostos
Exponho
o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?
As
letras não são mortas, suspirou em voz alta antes de adentrar em um sono leve,
discreto, que aumentava aos poucos, até não regressar mais.
Foi
assim que Dorothy Gale partiu para outra jornada, não a do herói, mas ela seguiu...
Eu
ando pelo mundo
E
meus amigos, cadê?
Minha
alegria, meu cansaço
Meu
amor cadê você?
Eu acordei
Não
tem ninguém ao lado...
Desta
vez tia Em e tio Henry não mais a achariam.
Vitrola:
Adriana Calcanhotto e Paulinho Moska - Esquadros
Um comentário:
Nem Dorothy suportaria a dor da apatia...
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