segunda-feira, 25 de março de 2013

Gospel???????????




Sou cria da convivência com músicos e artistas cristãos, isso bem antes da fundação do chamado 'Gospel' (tupiniquim), que na minha opinião rechaçou qualquer possibilidade plausível dos autênticos artistas cristãos virem à tona com interesses bem mais relevantes do que apenas participar de eventos cuja cobertura da Rede Globo parece apenas confirmar o baixo nível qualitativo da sigla gospel no país.  

O que quero dizer é que o saudoso Sérgio Pimenta – autor dessa bela canção, aqui interpretada pelo talentoso João Alexandre – jamais sonhou ‘aparecer’ na Globo, mesmo porque a revolução, o sal, o sabor de uma vida com objetivos libertários e conexão com Deus, passava bem distante da cartilha da emissora carioca. (E continua passando...).

Naqueles dias (décadas de 70 e 80 do século passado) a juventude dita cristã ainda conseguia nutrir alguma esperança de compartilhar uma vida saudável sem ter que apelar para trejeitos artísticos artificiais importados apenas dos mass media sem nenhuma discussão minimamente articulada; isso sem contar que o molho artístico era temperado com o melhor da nossa musicalidade, fosse de Milton Nascimento à geração dos 80, passando pela esfera popular, erudita, sem contar o autentico gospel norte-americano.

Hoje é fácil ligar a TV e achar cantores gospel destilando uma música de péssima qualidade e de letras indigentes travestidos de artistas da salvação e do reino dos céus, mas sequer fizeram a lição de casa: Não sabem compor, nem tocar, nem cantar, apenas embolsam o dinheiro da falida indústria fonográfica que tanto necessita de artistas medíocres para revenda de milhões de Cds e Dvds e assim adiar o fim derradeiro da indústria da música que conhecemos até então.

Artistas como Rebanhão, Logos, Elo, Som Maior, VPC, Milad, Jorge Camargo, João Alexandre, Jovens da Verdade, Grupo Semente entre outros construíram carreiras respeitadas tocando em igrejas, praças públicas, teatros, casas de shows, eventos culturais cristãos e não cristãos, sem nunca precisarem abrir mão de seus conceitos artísticos e
filosóficos.

Como vemos o que importa não é se você frequenta ou não uma comunidade eclesiástica, mas sua formação, sua influência no meio em que vive, isso no fim das contas pode fazer a nítida diferença entre luz e trevas, apenas para usar uma expressão já surrada no meio cristão.

Vitrola: João Alexandre – Você Pode Ter

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