Sou
cria da convivência com músicos e artistas cristãos, isso bem antes da fundação
do chamado 'Gospel' (tupiniquim), que na minha opinião rechaçou qualquer possibilidade
plausível dos autênticos artistas cristãos virem à tona com interesses bem mais
relevantes do que apenas participar de eventos cuja cobertura da Rede Globo
parece apenas confirmar o baixo nível qualitativo da sigla gospel no país.
O
que quero dizer é que o saudoso Sérgio Pimenta – autor dessa bela canção, aqui
interpretada pelo talentoso João Alexandre – jamais sonhou ‘aparecer’ na Globo,
mesmo porque a revolução, o sal, o sabor de uma vida com objetivos libertários
e conexão com Deus, passava bem distante da cartilha da emissora carioca. (E
continua passando...).
Naqueles
dias (décadas de 70 e 80 do século passado) a juventude dita cristã ainda
conseguia nutrir alguma esperança de compartilhar uma vida saudável sem ter que
apelar para trejeitos artísticos artificiais importados apenas dos mass media
sem nenhuma discussão minimamente articulada; isso sem contar que o molho
artístico era temperado com o melhor da nossa musicalidade, fosse de Milton
Nascimento à geração dos 80, passando pela esfera popular, erudita, sem contar
o autentico gospel norte-americano.
Hoje
é fácil ligar a TV e achar cantores gospel destilando uma música de péssima
qualidade e de letras indigentes travestidos de artistas da salvação e do reino
dos céus, mas sequer fizeram a lição de casa: Não sabem compor, nem tocar, nem
cantar, apenas embolsam o dinheiro da falida indústria fonográfica que tanto necessita
de artistas medíocres para revenda de milhões de Cds e Dvds e assim adiar o fim
derradeiro da indústria da música que conhecemos até então.
Artistas
como Rebanhão, Logos, Elo, Som Maior, VPC, Milad, Jorge Camargo, João Alexandre,
Jovens da Verdade, Grupo Semente entre outros construíram carreiras respeitadas
tocando em igrejas, praças públicas, teatros, casas de shows, eventos culturais
cristãos e não cristãos, sem nunca precisarem abrir mão de seus conceitos artísticos
e
filosóficos.
Como
vemos o que importa não é se você frequenta ou não uma comunidade eclesiástica,
mas sua formação, sua influência no meio em que vive, isso no fim das contas
pode fazer a nítida diferença entre luz e trevas, apenas para usar uma
expressão já surrada no meio cristão.
Vitrola:
João Alexandre – Você Pode Ter
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