Teus
olhos verdes apenas aumentariam a minha tristeza. Não dava mais para esconder o
gosto amargo da traição, a lua sem cor, o céu distante, a chuva lenta e tristonha
e o vazio lá dentro d’alma.
Amanheci
sem fé no dia, acreditei então no vento que soprava um gelo pra dentro do meu
esconderijo, como se ele fosse agua no deserto, ou a rosa que sobrara depois da
hecatombe nuclear.
Isso
tudo são ruínas que cada um de nós atravessa durante a travessia vida, alguns
com muita dor e valentia, outros sem nenhuma reflexão plausível apenas vão e
vem... alegres, sorridentes, saltitantes feito gazelas sem rumo, vão e vem sem
reverberação alguma, oh! vidas ocas!
Mas
você meu caro, um leitor voraz, o guardião dos livros e da sabedoria incomum,
sucumbiu bravamente frente à comiseração de tal doença, inerte como um nobre
senhor que recebe de Deus uma missão e a ela entrega-se fervorosamente até o
final.
Haverá
vida em Marte? Haverá nobreza sem você por aqui?
Guardarei
a expressão dos teus olhos que não eram verdes, mas ébano cintilante que representava toda uma nação - afinal a
cor dos teus olhos seriam a cor da existência, da justiça, de todo o bem que
não encontro mais neste mundo de nosso Senhor Jesus.
Vá
em paz ter com Deus...
*Post
dedicado a Edvaldo Santana – O último nobre entre nós.
Vitrola: David Bowie – Life On Mars?
Um comentário:
Grande música para um homem que mesmo tendo conhecido tão pouco, o meu coração não se enganou... um grande homem.
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