domingo, 18 de novembro de 2012

O Último Nobre



Teus olhos verdes apenas aumentariam a minha tristeza. Não dava mais para esconder o gosto amargo da traição, a lua sem cor, o céu distante, a chuva lenta e tristonha e o vazio lá dentro d’alma.

Amanheci sem fé no dia, acreditei então no vento que soprava um gelo pra dentro do meu esconderijo, como se ele fosse agua no deserto, ou a rosa que sobrara depois da hecatombe nuclear.

Isso tudo são ruínas que cada um de nós atravessa durante a travessia vida, alguns com muita dor e valentia, outros sem nenhuma reflexão plausível apenas vão e vem... alegres, sorridentes, saltitantes feito gazelas sem rumo, vão e vem sem reverberação alguma, oh! vidas ocas!

Mas você meu caro, um leitor voraz, o guardião dos livros e da sabedoria incomum, sucumbiu bravamente frente à comiseração de tal doença, inerte como um nobre senhor que recebe de Deus uma missão e a ela entrega-se fervorosamente até o final.

Haverá vida em Marte? Haverá nobreza sem você por aqui?

Guardarei a expressão dos teus olhos que não eram verdes, mas ébano cintilante que representava toda uma nação - afinal a cor dos teus olhos seriam a cor da existência, da justiça, de todo o bem que não encontro mais neste mundo de nosso Senhor Jesus.

Vá em paz ter com Deus...

*Post dedicado a Edvaldo Santana – O último nobre entre nós.

Vitrola: David Bowie – Life On Mars?

Um comentário:

Lidce disse...

Grande música para um homem que mesmo tendo conhecido tão pouco, o meu coração não se enganou... um grande homem.