Eu queria ter nascido com aquele céu azul límpido
desenhado,
tatuado e inserido na minha face, no meu espirito.
Eu
penso que comigo nasceu o cinza do outono
A
chuva do inverno parisiense, a paisagem desolada do jardim de Luxemburgo às 8
da manhã.
E
foi daqui de dentro que brotaram a garoa e os ventos gélidos à margem do Sena
em plena segunda-feira à noite,
Eu
me sinto tal um barco pairando pela noite do rio
Sem
destino e sem obrigação de ser colorido.
Não
faz mal
amanhã
é outro dia,
provavelmente
igual ao de hoje
cinza...
não tem jeito...
eu
sou cinza!
E
daí?
Alguém
encontrou aquelas canetinhas coloridas das décadas de 70 e 80 por aí?
Eu
gastei todas as tintas na minha infância, se alguém acha-las, por favor, me
empreste, é que eu queria apenas desenhar uma casinha, uma arvore e uma pessoa
com um bocadinho de cor.
Obrigado.
Vitrola: Whitney Houston – Run To You
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