São
18h. O sol se foi e quem está de partida agora sou eu. Tomo a direção da
Avenida das ilusões, lotada, um turbilhão, a esquizofrenia em formato de
multidão.
Logo
me desligo daquele mundo estressante, basta apertar o botão do meu mp3...
Benvindo a 3º dimensão! De cara surgem os primeiros acordes de “Outubro” do
Azymuth, mas espere um pouco estamos em setembro! Não para por aí. É inverno,
mas o calor nas ruas é legitimo do verão de janeiro, e sim o som é
reconfortante depois de uma semana longa de trabalho árduo e muitas vezes pouco
produtiva... emails, emails, emails... que droga não!
De
qualquer modo é um olho na calçada e outro para o céu, límpido, a noite
chegando imponente e nisso faz algum sentido ouvir “outubro” já quase na
primavera de 2013.
Vitrola:
Azymuth - Outubro
Mas
de repente o que é isso? Não pode ser é Pulp, é Jarvis Cocker cantando “Common
People”, é como um aviso, acelere, acelere mais, acelere ainda mais... corra...
corra...
E
tudo saí da contemplação do smothjazz para um frenético pop rock o que também
faz sentido olhando e esbarrando no trajeto com tantas pessoas... É como se
alguém me dissesse:
Cai
na real, o mundo não é esse aí da melancolia jazzística não meu véio... acorda
cai na real! E nessa dualidade sonora tendo como vista as luzes vermelhas dos
carros parados no rush, eu vou acreditando cada vez mais nos versos do poeta:
“Abrindo
um antigo caderno
foi
que eu descobri:
Antigamente
eu era eterno”.
Paulo
Leminski
E
desse jeito eu chego em casa para rever o meu tesouro...
Sim
ele, meu filho, agora é eterno.
Vitrola:
Pulp - Common People
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