segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Diálogos Invisíveis



Diálogos Invisíveis é um vídeo exercício. Rodado na câmera de uma máquina fotográfica digital não possuí uma qualidade de imagem adequada. Imagem tremida, dificuldade no foco, subindo para a web então as imagens ficam quase irreconhecíveis.

Mas é apenas uma brincadeira, e brincar é legal porque não é sério, não tem peso, responsabilidade, porém tento contar uma ideia, uma estória de um diálogo invisível – daqueles que quase sempre temos com nosso próprio eu em dias difíceis, seja por existência da dor, angustia, tristeza, irritação, ou qualquer motivo onírico.

O texto é uma mescla de fragmentos do escritor Jorge Furtado, do cineasta Federico Fellini e de algumas ideias próprias.

Pronto, agora decepem a minha cabeça, me diverti bastante e tenho tantas outras ideias para rodar mais à frente. Quem sabe um dia possa realizar isso tudo com qualidade técnica e, claro muito mais estudo e técnica.

Trilha Sonora
Artista: Ituana (Bossa n’ Marley)
Música: Waiting In Vain

2 comentários:

jonathaN disse...

cada um ver as coisas da vida como pode e não como quer.

a gente ver com as nossas próprias informações culturais e inconscientes armazenadas no labirinto do tempo que fez morada em nosso memória...

o autor do vídeo é honesto consigo mesmo e com os leitores quanto deixa clara sua inspirações, ao menos, conscientes.

confesso, que apesar das referências explícitas a felline, não vi muito desse cineasta em 'diálogos invisíveis'. talvez, a trilha sonora tenha influenciado essa minha 'cegueira felliniana' ao apreciar o trabalho de jonathas.

porém, sem querer interpretar o diretor desse vídeo, consigo nesses quase cinco minutos "ver" diversos fachos de luz que apontam para algumas influências da minha formação. talvez, esteja transferindo isso de forma inconsciente para o titular do blog.

sinto sofia coppola extremamente presente e influenciando o diretor do vídeo. aliás, o próprio título 'diálogos invisíveis', por sinal maravilhoso, faz-nos pensar na obra de dois cineastas que 'abusam' mais e mais e de forma brilhante do 'não dito' na construção dos seus roteiros: sofia, como mencionei acima, e o devastador diretor chinês wong kar-wai ('amor à flor da pele' e 'felizes juntos' são filmes avassaladores sobre o 'não dito', sobre 'diálogos invisíveis').

mas, cinema com qualidade técnica ou não é isso: o que vale é a emoção que nos passa. impossível não se emocionar com os textos e com algumas cenas como a que farrokh aparece em amarelo e branco lindíssimo!

o engraçado foi eu ter tido uma alucinação visual, em pleno meio do vídeo, quando eu juro que vi, literalmente vi, scarlett johansson andando pelas paisagens...

também pude viajar através de imagens eidéticas porque vi diversos animais em formato de nuvens no céu.

porém, o que mais me trouxe lembranças à memória foi a imagem do pombo em um possível "voo solitário". associei, imediatamente, à imagen de três passarinhos andando em uma praia no final do filme 'philadelphia' e percebi que, a partir desse filme norte-americano, comecei cada vez mais a traçar diálogos invisíveis em minha vida.

querido jonathas, continue nos presenteando com suas inspirações. você teve, em minha modesta opinião, um excelente começo e conseguiu passar tudo que escreveu que sentiu ao fazer o vídeo: alegria, brincadeira e simplicidade.

mas, afinal é preciso ir em embora como o texto do vídeo afirma. eu preciso ir... sempre estou precisando ir a algum lugar justamente porque ainda não consigo me proporcionar certos 'diálogos simplificadores'...estou mais voltado para os 'invisíveis'...

abraços.

acervopop disse...

Caro JonathaN,

Sem dúvida a gente percebe o mundo "com as nossas próprias informações culturais e inconscientes armazenadas no labirinto do tempo que fez morada em nosso memória...". Interessante que isso acontece nitidamente para mim na cena do pombo, Philadelphia,e foi de maneira inconsciente. Sofia de fato é uma das minhas diretoras preferidas, por sua maneira em tratar com delicadeza de assuntos caros, pesados, mas que necessitam de visões, posicionamentos. Não há Fellini, cito apenas uma frase sua, exatamente a parte final.

Obrigado pela gentileza do olhar e, acho que o invisível ainda nos move
muito mais do que pensamos e que ainda podemos julgar em nosso dia a dia.

Abraços,