“Eu não aprendi nada...”
É inquietante, tenso, em alguns momentos desolador o clima gerado ao espectador durante a exibição do longa “Entre os Muros da Escola”, isso para dizer o mínimo.
Roteiro coeso que levanta de uma só vez encruzilhadas socioeducativas da França, mas que poderia ser aqui de São Paulo, ou, de qualquer outra cidade do mundo globalizado.
Se tivesse que definir a película de maneira breve e direta, apenas diria:
É um soco no estômago!
Mas no estômago de quem cara pálida?
Da sociedade pós-industrial consumista e capitalista, que não sabe o que fazer na Europa com os imigrantes árabes, africanos, asiáticos e vindos do leste europeu. O mesmo vale para os latinos americanos na América do Norte e para os bolivianos e paraguaios na América do Sul.
A relação escola x aluno aqui é bem delineada, sem música melodramática de fundo, sem artefatos fantasiosos como nos longas hollywoodianos sobre o tema professor/aluno. Não há espaço para heróis e bandidos, apenas uma polaróide contundente sobre o tema.
As cadeiras vazias na tomada da cena final traduz quase tudo: Há um vazio latente nos sistemas educacionais do mundo atual.
Pegue um aluno de sua sala de aula e lhe peça um autorretrato, talvez a partir daí surja alguma novidade, alguma esperança distinta do tradicional modelo ‘vigiar e punir’.
Entre os Muros da Escola
titulo original: (Entre les Murs)
lançamento: 2007 (França)
direção: Laurent Cantet
atores: François Bégaudeau, Nassim Amrabt, Laura Baquela, Cherif Bounaïdja Rachedi, Juliette Demaille
duração: 128 min
gênero: Drama
Artista:Titãs
Música: Lugar Nenhum
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