quarta-feira, 30 de junho de 2010

Cinema Imaginário



Corria loucamente pela calçada. Eram quase oito horas de uma manhã nublada, fria e sisuda. Atravessou às ruas do bairro até alcançar o belo bosque da vila. Do outro lado da cidade alguém discou o número do seu celular à espera de que aquele telefonema pudesse alterar o rumo de sua vida.

Uma voz em off surge na história:

-Nessas horas eu sempre me recordo destes acordes, desta melodia tristonha que faz um dia de frio parecer o fim de uma vida.

Então ela atendeu o celular abruptamente respirando ofegante tamanha a presa com que caminhava:

(ela) -Oi...o que você quer? Porque insiste em me procurar? Eu já não te disse tudo o que deveria, e não deveria dizer a você ontem à noite?

Silêncio do outro lado... uma sensação de um vazio sem fim...

(ele)-Não...Quem não disse tudo o que deveria ser dito fui eu...

(ela)-Eu não estou interessada em nenhuma teoria...

(ele)-Ok. Você fica parecida com o Belchior quando faz de nossa briga um discurso retórico poético...

(ela)-Eu não suporto o Belchior, você sabe bem disso!

(ele)-Humm, pelo menos agora você foi um pouco mais espontânea...

A voz de entonação grave em off retoma à cena:

-Não adianta.... A discussão a qual assistimos de camarote não conduzirá este casal a lugar algum, a não ser a cama de um, ou, a do outro.

E assim sobem os créditos deste curta metragem de terceira, ao som da poesia de Moz.

Trilha Sonora
Artista: Morrissey
Música: Last Night I Dreamt That Somebody Loved Me

Um comentário:

Grasi disse...

Oi queridoooo :)
Não resisti em passar aqui...
Olha só... pode até ser um curta metragem de terceira, mas quem já não viveu uma história dessas, não é?! E com certeza acabará, na cama de um ou de outro...
Bjão